terça-feira, 8 de julho de 2014

Baile alemão em Minas

Alemanha faz 7 a 1, fácil, e disputa a final no Maracanã

Brasil sofre a sua maior derrota em 100 anos e o resultado já é pior do que o vice-campeonato de 1950; e Klose é o maior artilheiro de todas as Copas


Implacável! Sem chances de reação! E ainda poderia ser pior! O placar de 7 (gols de Müller, Kroos-2, Khedira, Klose e Schürrle-2) a 1 (Oscar) para a Alemanha, na primeira semifinal da Copa, no Mineirão, levou a equipe europeia à decisão do Maracanã e não deixou dúvidas de que a goleada foi estancada no segundo tempo porque não era mais preciso forçar tanto. E Klose fez o 16º gol em Copas, isolando-se nesse quesito. A Alemanha agora espera o vencedor de Argentina e Holanda. E o Brasil mostrou que o trabalho foi ruim, técnico e tático. Vexame histórico: maior goleada de uma semifinal em 20 Copas. E resgata o heroico vice de 1950! E o Brasil iguala-se ao México: foi sede em duas Copas e não ganhou ambas.

Klose marca o segundo gol alemão e seu 16º em Copas (www.dfb.de)

O time alemão dirigido por Joachin Löw estava calejado pelas derrotas nas últimas Copas e Eurocopas. Chegou ao Brasil focado, determinado, mesmo com problemas físicos de alguns jogadores. Se fechou no interior da Bahia, folgou apenas um dia desde a chegada ao “País do Futebol”, curtiu os momentos de lazer, entrou em campo no Mineirão com alegria e não comemorou os gols com euforia. Esse time tem um objetivo: o título mundial. Se vai conseguir, o mundo saberá no Maracanã.

A Alemanha foi perfeita no domínio do meio-de-campo, tocou a bola, sem se apavorar. Esperou as brechas, as falhas. E elas aconteceram, sucessivamente. E ainda deixaram o goleiro Neuer trabalhar um pouco no segundo tempo.

Analisando o lado brasileiro, é preciso ser realista. O trabalho foi péssimo! Nem Neymar daria jeito, e isso não serve como desculpa.  O time treinou pouco, teve muitas folgas, quase não teve treino fechado, a tática de Luiz Felipe Scolari é ultrapassada, o time estava mal fisicamente, tecnicamente e psicologicamente. O time, na verdade, estava fazendo “hora extra” na Copa. Não teve uma partida agradável. Basta relembrar abaixo...

Croácia: a vitória por 3 a 1 foi enganosa, contou com a ajuda do árbitro ao marcar um pênalti inexistente sobre Fred (a “estátua” brasileira que não admitiu sua farsa), uma falha do goleiro no chute errado de Neymar e um gol de bico de Oscar.

México: várias falhas defensivas, não aproveitadas pelo México. O fato do goleiro Ochoa ter sido o melhor em campo encobriu as falhas brasileiras.
Camarões: contra um time eliminado, sofreu gol e tomou sufoco no primeiro tempo, e os gols surgiram em falhas grotescas de marcação do time africano.

Chile: jogou mal e só passou nas cobranças de pênaltis. Se o travessão que salvou o gol de Pinilla tivesse um pouco abaixo, o vexame contra a Alemanha, no mesmo Mineirão, teria sido evitada. O fiasco da eliminação pelo Chile seria grande, talvez não tanto contra na semifinal.

Colômbia: jogou o primeiro tempo bem e o segundo péssimo. Dois gols de bola parada, de zagueiros, e a expectativa de um lampejo de Neymar. O destaque brasileiro ainda saiu contundido, após entrada de Zuñiga, e sem Thiago Silva, suspenso, ainda tentou reverter o cartão amarelo com recurso.

Alemanha: Felipão não treinou adequadamente o time e o esquema tático, com Bernard na vaga de Neymar, falhou de forma grotesca. Deslocado para jogar nas costas de Höwedes, pela direita, foi um fiasco no primeiro tempo. A Alemanha dominou o meio-de-campo, explorou as descidas de Marcelo (que é péssimo defensivamente e sem cobertura piora tudo) e liquidou o jogo. E o “craque” Oscar? Um inútil!

Jogos são ganhos em campo e o Brasil foi um fiasco em campo. Felipão foi contratado para trabalhar um time que fez poucos amistosos. O título da Copa das Confederações foi ilusório, encobriu falhas, que não foram, assim, sanadas. E ainda surgiu a história do “lado emocional”. E, se teve isso, não se resolve em poucos dias. Boa desculpa para um time mal preparado. Camisa não ganha mais jogo, talvez, e talvez, só assuste. Agora é disputar o terceiro lugar, em Brasília. Com um time destroçado emocionalmente, o que irá ocorrer?

Ah!, a Alemanha, classificada para a final, vai voltar a trabalhar forte até lá. Isso é trabalho! Não blá-blá-blá de Felipão e de Carlos Alberto Parreira, que disse que o Brasil já tinha uma mão na taça antes do início da competição. Ganhar no gogó e no berro, no momento do Hino Nacional, não funciona.

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