A semifinal contra a Holanda, em São Paulo, foi equilibrada, truncada, chata, sem gols, e os argentinos levaram a melhor nos pênaltis
A Copa que começou com muitos gols, teve uma queda nas
fases eliminatórias. Era óbvio que ocorreria, pois os confrontos foram
equilibrados e somente dois times ganharam por diferença de dois gols nas
oitavas-de-final. Nas quartas, ninguém conseguiu isso. Só na semifinal o Brasil
levou uma “salsichada” da Alemanha por 7 a 1 (e foi pouco). Argentina e Holanda
fizeram um jogo disputado, de marcação, em São Paulo, e nada de gols. O goleiro
Romero, que jogou no futebol holandês, fez duas defesas e recolocou os
argentinos em uma final após 24 anos.
A Holanda chegou sem muitas expectativas à Copa. Estava
na fase de reformulação desde 2012, após o fiasco na Eurocopa, ainda na
primeira fase. Louis Van Gaal assumiu e mostrou que é um técnico ousado, por
isso será bom vê-lo semanalmente à frente do poderoso Manchester United nas
próximas semanas. A goleada por 5 a 1 sobre a Espanha, na estreia, mais que a
desforra da decisão da Copa de 2010, mostrou um time que sabia explorar os
contra-ataques em velocidade e se fechar bem. Mas a boa primeira fase não se
repetiu depois. Passou pelo México no sufoco, no final, e os dois jogos
seguintes terminaram sem gols. Passou pela Costa Rica nos pênaltis, mas ficou
na Argentina.
Se a Holanda se frustra mais uma vez, sem a disputa do
título (foi três vezes vice e em 1998 ficou na semifinal), a Argentina
precisava chegar a uma decisão. Por Messi, um craque, que, no mínimo, teria que
disputar uma final. Os argentinos fizeram um primeiro tempo melhor, mas no
segundo a Holanda foi superior. Na prorrogação, equilíbrio, mas a Argentina foi
mais ousada e teve mais oportunidades para marcar.
Messi, enfim, disputará uma final em sua terceira Copa
Nas cobranças de pênaltis, Romero defendeu as cobranças
de Vlaar (o melhor holandês em campo) e de Sneijder. Os argentinos não erraram
suas cobranças e venceram por 4 a 2.
Agora, a Argentina repetirá com a Alemanha uma final de
Copa, pela terceira vez. Em 1986 deu Argentina por 3 a 2, no México. Em 1990
venceu a Alemanha por 1 a 0, na Itália. Nas Copas de 2006 e 2010, a Argentina
ficou nas quartas-de-final, em ambas, com duas derrotas para os alemães – a primeira
nos pênaltis após empate por 1 a 1, a segunda numa goleada indiscutível por 4 a
0. Klose marcou nos dois jogos.
Messi é o craque argentino, a referência, o ponto de
desequilíbrio. A Alemanha tem um conjunto forte, experiente, apesar de jovem, e
está escalada em derrotas anteriores. Ambos estão com suas motivações e o jogo
deverá ser bom. Em decisões, a tensão é grande e há a possibilidade de jogos
fracos ocorrerem, como o da semifinal entre Argentina e Holanda. O amante do
futebol espera, no entanto, um jogo emocionante, um confronto de campeões.
A Holanda ficou e em quatro anos pode não ter mais os
experientes Robben, Van Persie, Sneijder e Kuyt. Porém, o time é jovem e bem
treinado chegará forte para mais uma tentativa de conquistar o título. Estará
mais calejado. E o Campeonato Holandês está mais equilibrado. A Bundesliga, da
Alemanha, é um dos melhores campeonatos do mundo. O Campeonato Argentino terá
um retrocesso em seu calendário daqui para a frente. E o Brasil tem equilíbrio,
mas jogos e times fracos e ainda vê disputa em tapetões. Ou seja, o reflexo da
atual seleção brasileira que fracassou na Copa.
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