quinta-feira, 10 de julho de 2014

Messi na final da Copa

Com vitória nos pênaltis, Argentina volta a uma decisão contra a Alemanha

A semifinal contra a Holanda, em São Paulo, foi equilibrada, truncada, chata, sem gols, e os argentinos levaram a melhor nos pênaltis


A Copa que começou com muitos gols, teve uma queda nas fases eliminatórias. Era óbvio que ocorreria, pois os confrontos foram equilibrados e somente dois times ganharam por diferença de dois gols nas oitavas-de-final. Nas quartas, ninguém conseguiu isso. Só na semifinal o Brasil levou uma “salsichada” da Alemanha por 7 a 1 (e foi pouco). Argentina e Holanda fizeram um jogo disputado, de marcação, em São Paulo, e nada de gols. O goleiro Romero, que jogou no futebol holandês, fez duas defesas e recolocou os argentinos em uma final após 24 anos.

A Holanda chegou sem muitas expectativas à Copa. Estava na fase de reformulação desde 2012, após o fiasco na Eurocopa, ainda na primeira fase. Louis Van Gaal assumiu e mostrou que é um técnico ousado, por isso será bom vê-lo semanalmente à frente do poderoso Manchester United nas próximas semanas. A goleada por 5 a 1 sobre a Espanha, na estreia, mais que a desforra da decisão da Copa de 2010, mostrou um time que sabia explorar os contra-ataques em velocidade e se fechar bem. Mas a boa primeira fase não se repetiu depois. Passou pelo México no sufoco, no final, e os dois jogos seguintes terminaram sem gols. Passou pela Costa Rica nos pênaltis, mas ficou na Argentina.

Se a Holanda se frustra mais uma vez, sem a disputa do título (foi três vezes vice e em 1998 ficou na semifinal), a Argentina precisava chegar a uma decisão. Por Messi, um craque, que, no mínimo, teria que disputar uma final. Os argentinos fizeram um primeiro tempo melhor, mas no segundo a Holanda foi superior. Na prorrogação, equilíbrio, mas a Argentina foi mais ousada e teve mais oportunidades para marcar.

Messi, enfim, disputará uma final em sua terceira Copa

Nas cobranças de pênaltis, Romero defendeu as cobranças de Vlaar (o melhor holandês em campo) e de Sneijder. Os argentinos não erraram suas cobranças e venceram por 4 a 2.

Agora, a Argentina repetirá com a Alemanha uma final de Copa, pela terceira vez. Em 1986 deu Argentina por 3 a 2, no México. Em 1990 venceu a Alemanha por 1 a 0, na Itália. Nas Copas de 2006 e 2010, a Argentina ficou nas quartas-de-final, em ambas, com duas derrotas para os alemães – a primeira nos pênaltis após empate por 1 a 1, a segunda numa goleada indiscutível por 4 a 0. Klose marcou nos dois jogos.

Messi é o craque argentino, a referência, o ponto de desequilíbrio. A Alemanha tem um conjunto forte, experiente, apesar de jovem, e está escalada em derrotas anteriores. Ambos estão com suas motivações e o jogo deverá ser bom. Em decisões, a tensão é grande e há a possibilidade de jogos fracos ocorrerem, como o da semifinal entre Argentina e Holanda. O amante do futebol espera, no entanto, um jogo emocionante, um confronto de campeões.

A Holanda ficou e em quatro anos pode não ter mais os experientes Robben, Van Persie, Sneijder e Kuyt. Porém, o time é jovem e bem treinado chegará forte para mais uma tentativa de conquistar o título. Estará mais calejado. E o Campeonato Holandês está mais equilibrado. A Bundesliga, da Alemanha, é um dos melhores campeonatos do mundo. O Campeonato Argentino terá um retrocesso em seu calendário daqui para a frente. E o Brasil tem equilíbrio, mas jogos e times fracos e ainda vê disputa em tapetões. Ou seja, o reflexo da atual seleção brasileira que fracassou na Copa.

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