domingo, 13 de julho de 2014

Gol 171 decide a Copa

Alemanha vence na prorrogação a Argentina e chega ao tetra com trabalho duro


Götze marca o gol do título de um time que joga em grupo e não aposta em um talento individual; Argentina fez o que pôde e quase chegou ao tri


Calma! O gol 171 do título não é um estelionato! É apenas e tão-somente o gol número 171 da Copa de 2014! Marcado no minuto 113 do jogo (ou 8 do segundo tempo da prorrogação) por Götze, após cruzamento de Schürrle, a Alemanha chegou ao sonhado e trabalhado título de tetracampeã mundial no Maracanã. O 1 a 0 bastou para o melhor ataque, o time que se preparou para ganhá-lo. Pela primeira vez, um país europeu ganhou nas Américas. E a Alemanha também conquistou o Brasil com simpatia, com alegria!

A Argentina teve chances de ser tricampeã. Higuaín perdeu um gol feito no primeiro tempo. Nunca deverá se esquecer deste lance. Assim como Palacio perdeu outra chance diante do ótimo goleiro Neuer. Messi também teve uma chance. E os argentinos lutaram como puderam, contra um bom adversário, bem montado, e até contra suas próprias condições físicas. O vice deverá ser comemorado pelos “hermanos”, pois perderam com dignidade.

Lahm levanta a taça do tetra alemão (www.dfb.de)

A Alemanha perdeu Khedira no aquecimento. Assim, Kramer entrou em seu lugar, mas uma forte ombrada na cabeça de um adversário o tirou do jogo ainda no primeiro tempo. A Argentina dominava, marcava bem. Schürrle entrou e começou a mudar o ritmo do jogo. A tentativa de explorar o suposto lado fraco de Höwedes, pela lateral esquerda, não deu certo. Ele jogou bem, apesar de não ser da posição. Não comprometeu.

Höwedes acertou uma cabeçada na trave no primeiro tempo. Müller e Kross desperdiçaram algumas chances da entrada da área, mas se movimentaram bem. Schweinsteiger foi um gigante no meio de campo, comandando as ações, Özil se movimentou bem. O técnico Joachim Löw mudou as posições dos atacantes em vários momentos, buscando espaços e para explorar o cansaço argentino.

Götze marca o gol do título na prorrogação (www.dfb.de)


Na prorrogação, a boa condição física alemã pesou. E num ataque pela esquerda, após jogar pela direita e no centro do ataque, Schürrle, pela esquerda, avançou e cruzou para Götze, um meia que passou a atuar como centroavante, dominou no peito e chutou de esquerda, de primeira, sem deixar a bola cair, para fazer o gol do título. O goleiro Romero fechou mal e facilitou a conclusão.

Götze fez o gol do título. E na comemoração, segurou a camisa 21 de Marco Reus, cortada por contusão antes do embarque ao Brasil. Com Reus, a Alemanha teria mais versatilidade e, talvez, conquistasse o título com mais tranquilidade. Götze e Reus são bons amigos, de longa data, jogaram juntos no Borussia Dortmund. No jogo da contusão de Reus, contra a Armênia, Götze fez gols e não os comemorou devido ao infortúnio do amigo, que ficou em casa. E agora Götze entrou para a história do futebol.

A Alemanha não foi premiada com o título. Ela buscou o título. Ela trabalhou pelo título. Montou sua estrutura de concentração em Santa Cruz Cabrália, no interior baiano, interagiu com a comunidade, com os índios, com os brasileiros. Foi um time simpático, alegre, com bom toque de bola. Antigamente era só forte, competitivo, agora está mais solto e gostoso de ver. Quem assiste à Bundesliga, o Campeonato Alemão, entende o que está descrito neste texto. Do fracasso na Eurocopa em 2000 e 2004, a Federação Alemã mudou muito coisa em seu futebol e agora, enfim, chega a um título, após perder duas semifinais de Copa e de uma Euro, e perder uma final de Copa e de uma Eurocopa.





Messi contra Schweinsteiger, uma boa disputa (www.dfb.de)

A Alemanha veio para conquistar o título. Não falou que estava com uma mão na taça. Trabalhou forte para colocar as mãos na taça. E chegou lá. Miroslav Klose chegou aos 16 gols em Copas, mas o que importava a ele era ser campeão. E foi. Müller poderia ser o artilheiro de uma Copa, pela segunda vez, um fato inédito, mas queria o título, e conseguiu. Schweinsteiger é um lutador e trabalhou pelo título. E conseguiu. Neuer melhora a cada dia como goleiro, não faz defesas espalhafatosas, e ainda foi eleito o melhor da Copa. Podolski é experiente, ficou na reserva, pouco jogou, e sempre foi alegre, apoiador do grupo.

Na próxima Copa Klose não estará e Schweinsteiger, Podolski e Lahm talvez também não. E quem imagina que isso será problema, esqueça. O restante do time é jovem e tem uma nova geração, bem forte, e agora vencedora, para reforçar esse time.

Vale um louvor para Jürgen Klinsmann que começou o trabalho de renovação para a Copa de 2006. Para Jürgen Klopp, técnico do Borussia Dortmund, que trabalhou com vários desse grupo. Para Jupp Heynches, que fez um Bayern München vencedor com boa parte desse time. E para Pep Guardiola, que também trabalhou o toque de bola com vários dos jogadores no último ano pelo Bayern.

Resumindo: trabalho dá resultado! Parabéns à Alemanha! Venceu o futebol bem trabalhado! Messi é craque, mas precisa de auxílio de bons coadjuvantes.

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