domingo, 10 de julho de 2016

Portugal é campeã europeia, ora pois!!!



Na prorrogação, Portugal vence a França e conquista título inédito

Nada de canções de fado, mas, talvez, um conto de fadas! Assim pode ser definida a conquista da Eurocopa por Portugal, que venceu a anfitriã França, na prorrogação, por 1 a 0, em Saint-Denis. O último dos 108 gols da competição, de Éder, foi marcado aos 108 minutos e alguns segundos, arredondado para o minuto 109, como determina as regras atuais da Fifa. Esse gol determinou o primeiro título dos portugueses, que perderam seu ídolo, líder e artilheiro, Cristiano Ronaldo, nos primeiros minutos da partida, contundido.

O time dirigido por Fernando Santos teve uma atuação medíocre (traduzindo para os desconhecedores da palavra: mediana, sofrível) na competição, venceu apenas a semifinal contra País de Gales no tempo regulamentar, mas ganhou duas prorrogações e uma disputa por pênaltis. Terminou invicto o torneio (assim como a Suíça e Polônia, eliminados nos pênaltis) e garantiu a participação na Copa das Confederações de 2018, na Rússia. E a França, com a força de sua torcida, não soube se impor para garantir o terceiro título, o segundo em casa.

Cristiano Ronaldo e os gajos levantam a inédita taça
 

A França começou, como diante da Islândia e da Alemanha, pressionando o adversário desde o início, com velocidade. Mas, como nessas e em outras partidas, esse ímpeto diminuiu depois do esforço inicial. Cristiano Ronaldo foi atingido, numa dividida de jogo, com força por Payet. A pancada comprometeu o seu joelho esquerdo e ele se arrastou em campo por algum tempo, mas foi substituído, chorando e de maca, no minuto 25 por Quaresma. A saída do líder do time, e principal esperança de gols e da conquista, não retraiu Portugal, que se equilibrou, se desdobrou e marcou bem. O lance mais perigoso dos franceses foi um cabeceio de Griezmann, para ótima defesa de Rui Patrício. Nani tinha desperdiçado uma oportunidade no início do jogo.

Gignac e a bola na trave: seria o gol do título...
 

Griezmann, artilheiro da Eurocopa, com 6 gols, não teve o mesmo brilho. Pogba raramente apareceu. Payet sumiu na marcação até ser substituído pelo jovem e veloz Coman, que tentou, mas ainda é um jogador descoordenado. Giroud é bom em bolas aéreas, mas no chão é sofrível, e deu lugar a Gignac, um lutador, que teve o gol do título nos pés, nos acréscimos, após cortar o zagueiro Pepe e chutar na trave. Antes, Quaresma teve uma chance, de voleio, defendido por Lloris.

Éder e o chute campeão...
 

Enfim, a decisão seria na prorrogação ou nos pênaltis. Portugal, que disputava o terceiro tempo extra, mostrou mais equilíbrio. Éder, que substituiu o jovem Renato Sanches, preocupava os zagueiros franceses. No segundo tempo, uma falta mal marcada resultou na cobrança do lateral Raphael Guerreiro, no travessão. Pouco depois, Portugal roubou uma saída de bola e Éder dominou e chutou de fora da área, sem ser incomodado. O chute certeiro entrou no canto direito de Lloris. A partir daí, nem com a entrada do veloz e jovem Martial levou a França ao empate. Talvez o técnico Didier Deschamps se lamente, um dia, de não ter levado Benzema. Ele seria o atacante que a França precisava num momento desses.

...e Lloris não chega em tempo na bola da derrota
 

Cristiano Ronaldo ficou no banco de reservas, como um auxiliar técnico de Fernando Santos, a partir da prorrogação. Empurrava e motivava os companheiros. E o time correspondeu. Comemorou como um garoto o gol consagrador de Éder. Também era sua consagração, o título que faltava, pois a conquista de uma Copa do Mundo talvez seja difícil. E também era a redenção de CR7, vice-campeão europeu em 2004, quando Portugal perdeu, em casa, para a limitada e boa marcadora Grécia, por 1 a 0. Daquele time, os veteranos Ricardo Carvalho (zagueiro) e Eduardo (goleiro) estavam no banco de reservas.

Coube a Santos dirigir o time português campeão, substituindo Paulo Bento (atual técnico do Cruzeiro), após a Copa de 2014, no Brasil. Santos dirigiu a Grécia na Copa, levando a limitada e veterana equipe à fase oitavas-de-final, quando foi eliminado pela Costa Rica, nos pênaltis.
Segue abaixo uma análise individual dos jogadores portugueses, campeões da Eurocopa:
Rui Patrício: goleiro seguro numa posição que sempre teve altos e baixos em Portugal nos últimos anos
Cédric: lateral que deu segurança no lado direito, também atacando com eficiência
Pepe: geralmente um bruto, com cara de expulsão, mas que fez uma Eurocopa impecável, marcando com firmeza e liderando a defesa
Fonte: veterano com poucos jogos e que entrou na defesa a partir da fase oitavas-de-final, deu estabilidade defensiva ao lado de Pepe
Raphael Guerreiro: jovem e ótimo lateral defensivamente e ofensivamente
William Carvalho: típico cabeça de área, marca bem, sabe se posicionar e toca bem
Renato Sanches: jovem e determinado, joga como se estivesse atuando na rua do bairro, tem muito a crescer e foi importante na virada portuguesa na competição a partir das fases eliminatórias
João Mário: começou mal, recuperou a posição e foi importante no meio de campo
Adrien Silva: bom meia, não aparece tanto, mas trabalhou pelo grupo
Nani: atuou bem como atacante e meia, liderou o time na final depois da saída de Cristiano Ronaldo e foi o destaque português ao lado de Pepe na competição
Cristiano Ronaldo: líder, artilheiro, determinado, fez os gols necessários e impulsionou o restante do time; não foi o melhor do time na competição, mas gostem ou não, se não estivesse em campo, Portugal não teria passado da fase de grupos
Quaresma: boa opção no banco de reservas, sempre preocupou os adversários
João Moutinho: bom meia, começou mal e melhorou na reta final
Éder: teve poucas oportunidades, mas foi decisivo quando acionado, decidindo a Eurocopa
Bruno Alves: bruto, violento, jogou apenas a semifinal, mas sem a truculência habitual
Ricardo Carvalho: zagueiro veterano, começou como titular, mas perdeu a posição para Fonte depois do fraco desempenho na fase de grupos
Danilo: bom volante, mas perdeu a posição de titular para William Carvalho; jogou bem a semifinal
Vieirinha: lateral, e dos que entraram em campo foi péssimo e perdeu a posição após a fase de grupos
André Gomes: era titular e perdeu a posição para Adrien Silva
Os demais não atuaram na Eurocopa: Lopes e Eduardo (goleiros); Eliseu (lateral); e Rafa Silva (meia).

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