sexta-feira, 1 de julho de 2016

Bale contra Cristiano Ronaldo na semifinal



Aplicado, País de Gales elimina a técnica Bélgica

A Bélgica era favorita, com jogadores mais badalados e valorizados na Europa, mas tem problemas defensivos e mostrou isso novamente diante da valente e aplicada equipe de País de Gales. A maioria dos galeses atua no futebol britânico, mas em pequenas equipes ou mesmo na Championship (segunda divisão inglesa). Com coração e espírito coletivo, os galeses vencem os belgas por 3 a 1, de virada, em Lille, e agora, Gareth Bale e cia., se preparam para superar os portugueses e Cristiano Ronaldo numa das semifinais da Eurocopa

A Bélgica tem um time mais técnico, com jogadores valorizados na Europa e atuando em grandes clubes. Era a óbvia favorita para enfrentar Portugal na primeira semifinal da Eurocopa, mas o modesto País de Gales, formado por jogadores que atuam quase todos no futebol britânico, mas a maioria em pequenas equipes ou mesmo na Championship (segunda divisão inglesa), mostrou muita vontade e venceu por 3 a 1, de virada, em Lille. Assim, o astro galês Gareth Bale enfrentará o companheiro de espanhol Real Madrid, Cristiano Ronaldo, por uma vaga na decisão.

Gareth Bale comemora a vitória histórica

Eden Hazard foi campeão pelo Lille antes de se transferir para o inglês Chelsea. Estava em casa, mobilizou até a torcida francesa a favor dos belgas, perto da fronteira com o seu país. E em pouco tempo perdeu o gol três vezes no mesmo lance. Mas a insistência deu resultado, com o golaço de Nainggolan, num chute forte de fora da área, no ângulo do goleiro galês. A vantagem indicava que os belgas poderiam ampliar a ganhar com tranquilidade, mas não foi o que se viu. Os galeses estavam controlados emocionalmente e fizeram um jogo inteligente, tirando a velocidade da partida, tocando a bola e procurando os espaços. E, em falha defensiva, em cobrança de escanteio, o zagueiro e capitão Ashley Williams subiu sozinho e cabeceou para empatar a partida. Daí, o controle do jogo foi galês.

A falha defensiva belga não é novidade. Sem o capitão e líder Kompany, contundido, que nem foi inscrito na competição, a Bélgica perde muito. Para piorar, Vermaelen estava suspenso da partida e Vertonghen, contundido, nem ficou no banco. Esses zagueiros são importantes no esquema tático, tanto que, com Alderweireld, formam a estrutura defensiva belga, com dois deles (Alderweireld e Vertonghen) atuando nas laterais.

Mas quando ficam de fora, nem o ótimo goleiro Courtois pode salvar todas as bolas. O técnico Marc Wilmots tentou evitar o toque de bola dos galeses, colocando Felaini em campo, na vaga de Carrasco, que atacava pela direita sem sucesso. Mas não surtiu o efeito esperado no recomeço da partida.

Robson-Kanu faz o gol da virada galesa em Lille

Bale não foi o artilheiro decisivo, mas trabalhou pelo coletivo galês, com muita raça e valentia. E visão de jogo, lançando para Ramsey, que cruzou para Robson-Kanu, que enfrentava, destemido, os zagueiros adversários. Robson-Kanu dominou na área, girou a bola no meio de três marcadores e virou o placar para País de Gales. Daí, bateu desespero nos belgas. Hazard fazia o que podia, mas De Bruyne não teve a mesma disposição e criatividade. Romelu Lukaku ficou preso entre os três zagueiros galeses, Felaini começou a aparecer ofensivamente, brigando com sua altura, sem sucesso.

Quando tentava empatar, a Bélgica sofreu o terceiro gol. Vokes, que substituiu Robson-Kanu, antecipou-se ao zagueiro e cabeceou para decretar a histórica vitória galesa. O resultado de 3 a 1 premiou um time dedicado, que teve raça, coração e determinação. Ramsey joga no Arsenal, Allen no Liverpool e Bale no Real Madrid. Os demais jogam em times modestos. Robson-Kanu atua pelo Reading, da segundona inglesa, assim como Vokes (Burnley, que subiu). Ashley Williams e o ala Taylor defendem o galês Swansea, que disputa a Premier League inglesa. O aplicado volante Ledley e outros dois defendem o modesto Crystal Palace, de Londres. Ramsey e o zagueiro Davies (Tottenham Hotspur), suspensos, não enfrentarão Portugal na semifinal, mas o espírito coletivo, mostrado até agora, deverá motivar o time comandado por Bale para outro capítulo histórico dos galeses.

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