terça-feira, 10 de junho de 2014

Análise geral


De A a H, os grupos esmiuçados


Quatro seleções favoritas, outras sob desconfiança geral, mas e quem será a possível zebra a pastar no Brasil?



Neste texto, uma análise dos oito grupos da Copa do Mundo. Os principais favoritos à conquista do título são Brasil, Alemanha, Argentina e Espanha. Mas quando a bola rolar tudo poderá ocorrer: erros de arbitragens, contusões, times com qualidade que se perdem e, claro, as surpresas ou zebras. Claro, o Brasil é grande, tem muito pasto e ao menos uma zebra irá degustar o sabor do verde brasileiro. Sem isso, Copa não é Copa. Para o bem do futebol! (E não se leva em questão fatores extracampo, protestos que podem ocorrer, etc.)

Grupo A

Brasil, país-sede, é tido como o favorito absoluto. E tem Neymar como astro e Fred como oportunista. A dupla de defesa é boa. A Croácia desponta como segunda potência pelos talentos que possui: Modric, Rakitic, Mandzukic. O México é sempre imprevisível e tem dez jogadores que foram campeões olímpicos em Londres-2012: destaques para Chicharito Hernández e Peralta (que fez dois gols no Brasil na final olímpica). E Camarões chega como incógnita após briga por premiações: Eto’o é o destaque, mas os demais não bobos, além de que, quando batem, batem com força e gosto.

Grupo B

Os finalistas de 2010 se enfrentam na primeira rodada. A Espanha, atual campeã, mais velha, já conhece os atalhos e brigará para entrar na história. Afinal, se conquistar o bi, isso significaria domínio total em seis anos, somando às duas últimas conquistas da Eurocopa. A Holanda tem cinco experientes jogadores (Van Persie, Robben, Kuyt, Huntelaar e Sneijder), mas a defesa é uma incógnita. Brigará com o Chile (de Vidal e Alexis Sánchez) pela segunda vaga. A Austrália é considerada figurante e quem tropeçar no confronto direto voltará para casa.

Grupo C

Enfim, Costa do Martim terá uma chave mais fácil para avançar às oitavas-de-final? Pode ser! Com o experiente Drogba e os talentos de Yaya Touré e Gervinho, as chances são ótimas. A Colômbia perde força sem Falcao García, mas tem Cuadrado, James Martínez e Guarín. A Grécia é sempre olhada como retranqueira, mas supera expectativas: Katsouranis, Karagounis, Salpingidis e Samaras são os destaques do time. O Japão não é mais o bobo de outrora. Honda, Kagawa e Okazaki lideram o time, que toca bem e finaliza bem. Grupo complicado!

Grupo D

Das três campeãs mundiais, uma sobrará. Isso se a Costa Rica, com time mais modesto e sem alarde, não aprontar. A Itália tem Balotelli, Pirlo e Buffon, além do novato Immobile em ótima fase, mas tem problemas físicas entre os seus zagueiros. A Inglaterra perdeu Walcott, contundido, mas tem Rooney e os veteranos Lampard e Gerrard, além dos jovens e dispostos Sturridge e Sterling. E o Uruguai, semifinalista em 2010, manteve a base da Copa anterior, como os zagueiros Lugano e Godín e os ótimos atacantes Diego Forlán, Suárez e Cavani. E carrega a mística e o “fantasma” da Copa de 1950...

Grupo E

A França surge como favorita, mas perdeu Ribéry, contundido. Por isso, dependerá de Pogba e Benzema para ir longe. A Suíça não é mais só retranca: Shaqiri é o destaque e vários jogadores atuam em times de ponta na Europa. O Equador fez uma boa eliminatória, mas Copa é outra coisa. Honduras seria o azarão da chave, por isso pode encontrar um bom pasto. Seria a zebra?

 Sem Ribéry, Benzema tem a missão de conduzir a França (Célio Messias/Inovafoto)
 
Grupo F

A Argentina, de Messi, Agüero, Higuaín e Di María desponta como o melhor da chave. A defesa, porém, ainda apresenta falhas defensivas e um goleiro (Romero) não tão confiável. A Bósnia, de Dzeko, Ibisevic e Misimovic, na teoria, ficaria com a segunda vaga. A Nigéria tem Mikel e Moses com estrelas, mas está longe de ser uma equipe parecida como as de 1994 e 1998, mas... O Irã é uma incógnita! Porém, não é bobo!

Grupo G

Sem Reus no ataque e Schmelzer na lateral esquerda, contundidos, a Alemanha perde um pouco, mas tem Podolski subindo no momento certo, além de Müller, Özil, Schweinsteiger e Götze, além do experiente Klose, que pode ser tornar o maior artilheiro de todas as Copas se fizer dois gols. É candidata ao título, mesmo com os problemas. Portugal dependerá do desempenho de Cristiano Ronaldo, que sofreu com problemas musculares e com o joelho ultimamente. Gana, de Prince Boateng , Gyan e dos irmãos Ayew (André e Jordan), que quase foi semifinalista em 2010, pode dificultar. Os Estados Unidos, de Jürgen Klinsmann, não tem astros, mas um time forte fisicamente e equilibrado. Bradley, Dempsey e Altidore podem levar o time a superar as expectativas.

Grupo H

A Bélgica é a favorita e contra com Hazard como atração, além de jogadores se destacando principalmente na Premier League inglesa. Pode pecar pela inexperiência. A Rússia, comandada por Fabio Capello, perdeu Shirokov e terá que contar com Kokorin e Dzagoev para ir adiante. No mínimo, para adquirirem experiência para 2018, quando será a sede da Copa. A Coreia do Sul tem velocidade e aplicação tática, talvez insuficientes. A Argélia tem Feghouli, do Valencia (Espanha), mas é ignorada como possível classificada. Será?

2 comentários:

  1. Grande Brás, perfeita análise. Alguns grupos são mais claros, outros nem tanto. A imprensa de modo geral, tem se esquecido das ponderações que você fez nas primeiras linhas... Há N fatores que podem fazer uma seleção favorita cair, ou um azarão surpreender. Esse grupo do Japão me parece bastante equilibrado, é esperar pra ver. Brás, será que o Brasil (time/imprensa/torcida) está preparado pra uma contusão do Neymar? Forte abraço.

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  2. Ricardo, essa possibilidade de uma contusão do Neymar só saberemos se ela ocorrer. E tem outro detalhe: Neymar já joga na Europa, mas ainda não engrenou e uma marcação firme pode anulá-lo, deixá-lo furioso, reclamando, etc... Lembrando que, antes de ir para a Europa, ele raramente se dava bem contra fortes marcações europeias. Abração!

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