Brasil passa nos pênaltis, mas futebol mesmo...
Time de Felipão é desequilibrado emocionalmente e taticamente, além de que a preparação física deixa a desejar visualmente
O Brasil passou pelo Chile, no sufoco! Na verdade,
empatou, e passou no critério de desempate, nas cobranças de pênaltis, por 3 a
2, no Mineirão. Futebol por futebol, o Chile foi melhor e pecou nas
finalizações. Taticamente, um time aplicado, bem montado. O empate por 1 a 1
(gol contra de Jara e Alexis Sánchez) mostrou um time brasileiro apático,
nervoso, com esquema tático que não funcionou e jogadas individuais para tentar
resolver o problema de péssimas atuações.
Esperava-se que a saída de Paulinho e a entrada de Fernandinho
resolveria o problema no meio-de-campo. Não resolveu. Fernandinho distribuiu
uma série de pontapés e o péssimo juiz inglês Howard Webb contemporizou. Fosse
enérgico, rígido, Fernandinho poderia até ter sido expulso e Neymar teria
recebido um cartão amarelo, pois não perde a mania de fazer faltas desleais e
reclamar que nada fez.
E, fisicamente, além de emocionalmente (sentindo a
pressão de jogar em casa), o time brasileiro está péssimo. O tempo de
preparação física, agora, talvez seja tarde demais. Isso está refletido no
próprio treinador Luiz Felipe Scolari, que está descontrolado. Para ele, o
mundo está contra a seleção brasileira. Na verdade, essa seleção está contra
ela própria. Tiago Silva, o capitão do time, que teoricamente deveria ser o
mais tranquilo, é o mais nervoso, descontrolado emocionalmente, e pediu para
ser o último cobrador de pênaltis. E Fred, que criticou a punição a Suárez, fez
um ato estúpido no intervalo, provocando o chileno Medel. E a Fifa, que “preza”
o fair play, não irá puni-lo?
Se a bola de Pinilla fosse um pouco abaixo do
travessão... (anfl.cl)
O goleiro Julio César fez duas defesas – claro que na
primeira o mundo viu e o péssimo juiz Webb fingiu que não viu que ele se
adiantou – nas cobranças dos pênaltis, mas estava com uma pressão além do
normal. Ele colocou o mundo em suas costas e agora é citado como herói de um
time que joga um péssimo futebol. Se a Copa está ótima dentro de campo, e está,
o Brasil é uma das piores equipes até agora. Futebol inseguro e que aposta
apenas em Neymar. E cria um clima de animosidade contra o mundo.
A Colômbia venceu o Uruguai por 2 a 0, no Maracanã, com
dois gols do artilheiro da Copa James Rodriguez, e será o próximo adversário do
Brasil, em Fortaleza. Muitos irão falar que os colombianos não têm tradição, tentarão
evocar números entre ambos, não em Copas, pois será o primeiro confronto, mas a
Colômbia não é mais um time bobo.
O excelente técnico argentino José Pekerman, que formou as
melhores bases do futebol argentino nas últimas duas décadas (e foi eliminado
apenas nos pênaltis pela Alemanhã, em 2006), ajustou um time, não um amontoado,
como os comandados de Felipão. A Colômbia tem esquema tático, aplicação, toque
de bola, dois jogadores que podem desequilibrar (James Rodriguez e Cuadrado), e
ainda sem Falcao García. O Brasil pode até passar, mas não será na camisa. Se
não for na bola, os jogadores irão explodir emocionalmente novamente, mas não
de alívio por uma vitória em pênaltis. Irão para suas casas.
E vale um registro da torcida brasileira no Mineirão: que
a vaia sobre o adversário possa ser uma pressão sobre o adversário, tudo bem,
faz parte do futebol. Mas vaiar o hino nacional à capela do Chile (como os
brasileiros fazem, a plenos pulmões, achando que ganharão a Copa no grito, no
gogó) foi um ato de desrespeito. Isso não é patriotismo! É estupidez! Respeito
é bom e todos gostam!
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