Espanha voltará para casa, mas ainda tem um jogo...
A atual campeã mundial terá o suplício de enfrentar a Austrália, que, também eliminada, jogará como nunca
Um duro golpe para a Espanha, eliminada pelo Chile por 2
a 0, no Maracanã. Bicampeã europeia e da Copa de 2014, o time chegou ao Brasil cotado
como um dos favoritos. Claro, era óbvio, pois tem jogadores de talento, do
Barcelona e do Real Madrid, além de outros que atuam no futebol inglês,
principalmente. O técnico Vicente del Bosque, comandante das últimas duas
conquistas (Luis Aragonés era o da primeira), arriscou trazer a base campeã em
2010, mas o tik-taka já estava em queda, desde os fracassos do Barcelona nas
duas últimas temporadas. Deixou de trazer jovens para o futuro. Arriscou e deu
no que deu.
A Espanha repetiu erros correntes dos campeões dos
últimos anos, seja em clubes ou seleções. Basta lembrar da França campeã mundial
em 1998 e da Eurocopa em 2000. Técnicos diferentes nas duas conquistas: Aimé
Jacquet e Roger Lemerre. Este último levou a base envelhecida para a Copa da
Ásia em 2002: fracassou, não fez gol. Um fiasco!
A Itália, campeã mundial em 2006, com Marcelo Lippi,
mudou de treinador na Euro e voltou com Lippi, que levou um time experiente,
que também sucumbiu na primeira fase. E em clubes basta lembrar que Pep
Guardiola deixou o Barcelona supercampeão porque não conseguia motivar mais o
time. Ele tenta montar outro esquema no poderoso alemão Bayern München. Ou seja,
Guardiola já sabia que estava na hora de repensar, mudar.
Del Bosque já tinha um Casillas em fase decadente no Real
Madrid – falhou na final da Champions League (salvo por gol de Sergio Ramos) e
praticamente só jogou essa competição. José Mourinho e Carlo Ancelotti já não
confiavam nele em jogos sucessivos. Reina não jogou, Valdes se contundiu e De
Gea é o futuro, mas não teve chance ainda. Na defesa, Piqué é fraco no Barça, a
lateral direita é ocupada por um péssima Azpilicueta. Só Sergio Ramos não
garante tranquilidade diante dos atacantes adversários.
No meio-de-campo, Xavi já não produz e Xabi Alonso
caminha para o mesmo desfecho. Koke é novato pouco explorado e só Iniesta não
daria jeito. David Silva é bom, mas armar para quem concluir? Mata e Fàbregas
não foram usados. No ataque, uma sucessão de erros. Diego Costa naturalizou-se
para resolver um problema e não funcionou. David Villa já não deveria estar no
grupo. Fernando Torres pouco joga até no Chelsea. Llorente e Negredo, que
estavam bem em seus clubes, foram deixados para trás.
Deulofeu poderia ser uma aposta, assim como Muniain. Del
Bosque continuará? Se sim, terá que mudar tudo. A Espanha não é mais uma
seleção mediana, então terá que se virar rapidamente, ou voltará a ser a “Fúria”
perdedora, e não a “Roja” campeã. E os cangurus australianos que fizeram um
ótimo jogo contra a Holanda (que venceu por 3 a 2, no Beira-Rio) vão querer
sair com a cabeça em pé. Na Copa de 2010 foi assim: bastava à Sérvia vencer e
se classificar, mas perdeu e voltou para casa.
Robben comemora gol contra a Austrália (página da Federação
Holandesa de Futebol no Facebook)
A Croácia goleou Camarões por 4 a 0, em Manaus. Fácil! Os
camaroneses são figurantes e nem para turismo vieram. Brigaram por prêmios,
agora brigam em campo. Um fiasco! Uma vergonha para um país que alegrou outras
copas e mostrou a irreverência de Roger Milla. Nos últimos três mundiais entrou
no rol de derrotas.
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