quarta-feira, 18 de junho de 2014

Fim de uma era

Espanha voltará para casa, mas ainda tem um jogo...

A atual campeã mundial terá o suplício de enfrentar a Austrália, que, também eliminada, jogará como nunca


Um duro golpe para a Espanha, eliminada pelo Chile por 2 a 0, no Maracanã. Bicampeã europeia e da Copa de 2014, o time chegou ao Brasil cotado como um dos favoritos. Claro, era óbvio, pois tem jogadores de talento, do Barcelona e do Real Madrid, além de outros que atuam no futebol inglês, principalmente. O técnico Vicente del Bosque, comandante das últimas duas conquistas (Luis Aragonés era o da primeira), arriscou trazer a base campeã em 2010, mas o tik-taka já estava em queda, desde os fracassos do Barcelona nas duas últimas temporadas. Deixou de trazer jovens para o futuro. Arriscou e deu no que deu.
A Espanha repetiu erros correntes dos campeões dos últimos anos, seja em clubes ou seleções. Basta lembrar da França campeã mundial em 1998 e da Eurocopa em 2000. Técnicos diferentes nas duas conquistas: Aimé Jacquet e Roger Lemerre. Este último levou a base envelhecida para a Copa da Ásia em 2002: fracassou, não fez gol. Um fiasco!
A Itália, campeã mundial em 2006, com Marcelo Lippi, mudou de treinador na Euro e voltou com Lippi, que levou um time experiente, que também sucumbiu na primeira fase. E em clubes basta lembrar que Pep Guardiola deixou o Barcelona supercampeão porque não conseguia motivar mais o time. Ele tenta montar outro esquema no poderoso alemão Bayern München. Ou seja, Guardiola já sabia que estava na hora de repensar, mudar.
Del Bosque já tinha um Casillas em fase decadente no Real Madrid – falhou na final da Champions League (salvo por gol de Sergio Ramos) e praticamente só jogou essa competição. José Mourinho e Carlo Ancelotti já não confiavam nele em jogos sucessivos. Reina não jogou, Valdes se contundiu e De Gea é o futuro, mas não teve chance ainda. Na defesa, Piqué é fraco no Barça, a lateral direita é ocupada por um péssima Azpilicueta. Só Sergio Ramos não garante tranquilidade diante dos atacantes adversários.
No meio-de-campo, Xavi já não produz e Xabi Alonso caminha para o mesmo desfecho. Koke é novato pouco explorado e só Iniesta não daria jeito. David Silva é bom, mas armar para quem concluir? Mata e Fàbregas não foram usados. No ataque, uma sucessão de erros. Diego Costa naturalizou-se para resolver um problema e não funcionou. David Villa já não deveria estar no grupo. Fernando Torres pouco joga até no Chelsea. Llorente e Negredo, que estavam bem em seus clubes, foram deixados para trás.
Deulofeu poderia ser uma aposta, assim como Muniain. Del Bosque continuará? Se sim, terá que mudar tudo. A Espanha não é mais uma seleção mediana, então terá que se virar rapidamente, ou voltará a ser a “Fúria” perdedora, e não a “Roja” campeã. E os cangurus australianos que fizeram um ótimo jogo contra a Holanda (que venceu por 3 a 2, no Beira-Rio) vão querer sair com a cabeça em pé. Na Copa de 2010 foi assim: bastava à Sérvia vencer e se classificar, mas perdeu e voltou para casa.

Robben comemora gol contra a Austrália (página da Federação Holandesa de Futebol no Facebook)

A Croácia goleou Camarões por 4 a 0, em Manaus. Fácil! Os camaroneses são figurantes e nem para turismo vieram. Brigaram por prêmios, agora brigam em campo. Um fiasco! Uma vergonha para um país que alegrou outras copas e mostrou a irreverência de Roger Milla. Nos últimos três mundiais entrou no rol de derrotas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário