O insuperável 10 a 1 sobre 1 El Salvador, há 34 anos
A
maior goleada das Copas ocorreu em Elche, em 1982, e a torcida húngara voltou a
resgatar o seu fanatismo pelo futebol somente agora, na Eurocopa, com a vitória
por 2 a 0 sobre a Áustria, em Bordeaux. A Hungria já foi vice-campeã mundial
duas vezes (1938 e 1954), além de ter três medalhas de ouro olímpicas. Mas
sumiu do cenário internacional desde 1986. Aquele jogo de Elche, no entanto,
sempre é lembrado, pois até agora não foi superado.
A torcida húngara resgatou o seu fanatismo pelo
futebol na vitória por 2 a 0 sobre a Áustria, em 14 de junho, em Bordeaux, na
estreia da Eurocopa. Isso é importante para a nova geração de jogadores e dos
próprios torcedores, pois, no passado, as vitórias eram uma rotina. Afinal, a
Hungria já foi vice-campeã mundial duas vezes (1938 e 1954), além de ter três
medalhas de ouro olímpicas. Se não tinha mais o maestro Ferenc Puskás, a
geração das décadas de 1970 e 1980 ainda impunham respeito dos adversários. E
era comum participar de Copas. Assim, em 15 de junho de 1982, em Elche, na Copa
da Espanha, a Hungria estreou e venceu El Salvador por 10 a 1, a maior goleada
de todas as Copas, pelo Grupo C da competição, que tinha ainda Argentina e
Bélgica. O placar jamais foi superado.
Sem placar eletrônico, o jeito foi improvisar
Pode ter sido a última grande glória húngara, pois,
depois, alguns jogadores daquele time ainda disputaram a Copa de 1986, no
México, que fracassou na fase inicial. E foi só desde então. Somente neste ano
a seleção húngara voltou a chamar a atenção, por estar na Eurocopa da França. E
antes da Copa de 1986, por exemplo, em Budapeste, o time venceu com facilidade
o Brasil, por 3 a 0. A equipe de Telê Santana se preparava para a Copa, mas não
teve chances. Isso chamou a atenção dos adversários, mas na Copa veio o fiasco,
perdendo por 6 a 0 para a União Soviética, na estreia. Depois veio a vitória
por 2 a 0 sobre o Canadá, mas a derrota para a França, por 3 a 0, mandou a
Hungria de volta para casa.
Mas o jogo de Elche, em 1982, foi histórico. E o será
até ser superado. Logo aos 4 minutos, o capitão húngaro Tibor Nyilasi (que
disputaria ainda a Copa de 1986) abriu o placar. Gábor Pölöskei e Lászlò
Fazekas ampliaram ainda no primeiro tempo. Na etapa final, o placar foi deslanchado,
com gols de József Tóth e Fazekas. Ramírez Zapata descontou para El Salvador e
comemorou o feito. Mas foi só, pois o goleiro Luis Guevara Mora sofreu outros
cinco gols: László Kiss marcou três e Lázár Szentes, outro. Ambos saíram do
banco de reservas. E Nyilasi fez o último gol. Depois, a Hungria perdeu por 4 a
1 para a Argentina, que tinha estreado com derrota, na abertura da competição,
para a Bélgica. No confronto decisivo, contra os belgas, o empate por 1 a 1 não
garantiu a vaga para a fase seguinte. Então, os 10 a 1 se tornaram, no final
das contas, inúteis. Exceto pelo fato histórico.
Nyilasi, o capitão húngaro, marcou o primeiro e o décimo gol
A íntegra do jogo pode ser visto, em narração húngara,
no YouTube, neste link.
Apenas os gols podem ser vistos neste link.
E o jogo também resultou num documentário (Uno, La Historia de Un Gol), feito em El
Salvador, também disponível no YouTube, em espanhol, neste link.
E nos 30 anos do feito histórico, os veteranos das
duas seleções se enfrentaram em San Salvador, num campo society, e empataram
por 2 a 2, em clima de festa.
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